Singelas palavras tecidas no tempo.
Lhe dedicou as últimas palavras, e um sentimento apoderou se sobre ela, relacionado a tantas outras lembranças. Aos dias felizes que eram cada dia mais raros, as pessoas agem de modo estranho, se entristecem, mesmo quando compreendem que este ato é tudo que lhes restam, é como se o fim lhe postergasse talvez uma derrota, quem sabe a certeza que em algo se fracassou. Talvez por isso mesmo teimam, em persistir naquela teia de mágoas, ao encarar o fim que lhes chega a porta, sedenta para entrar e instalar se naqueles corações.
Difícil, deveria ser aquele momento, todos diziam que o era. O que a moça não sabia ainda, é que aquele seria o início de dias felizes. . .
Das palavras tecidas pelo tempo
Se parti?
Sim, a partida
Me pareceu inevitável
Me pareceu inevitável
Há quanto tempo?
Não sei,
Desfio o tempo pelas palavras.
E elas há muito me diziam
Que aquele tempo
estava vazio
estava vazio
Então parti, parti para outras veredas.
Fui falar com aquele tempo
Aquele tempo, que se escoava naquele vazio
Costurei e enredei sobre ele
A história, que não era a minha
Mas era a história que sonhava,
Que corria sobre meus olhos.
Encheu meu ventre e minhas memórias
De palavras, daquelas palavras bonitas
Palavras feitas de mar, palavras feitas e desfeitas
De tantas lembranças que trago em meu peito.
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