domingo, 1 de dezembro de 2013


Amai aos amores

Amai aos amores,
Amores estes que jamais falarão de seu comportamento hostil
Quiças algumas o farão, como rebeldes inimigas pelos corredores
Mas logo suas vozes serão tapadas pelo amor,
pela veracidade canina.
Medo e por todo escárnio
Que lhe é costumeiro.

Ah! Me pergunto
Por que, quando contrariado
essa voz viril, brava, dilacerante
 me desautoriza
No privado
Me chama louca
No público
Sou desequilibrada.

Difícil tarefa está,
de explicar-lhe
que violência
Ah! Essa violência
de socos, olhos e corpos dilacerados....

As vezes compreendo
que esta violência naturalizada
no tom de voz, na loucura, no desequilíbrio.

A violência causada por seu prestígio
provocada por sua bondade extrema
pelo desejo do sucesso.

Da representação do outro
do corpo como objeto simples
 a sua inteira disposição.

Me causa medo,
dialogo com este silencio que nos separa
com esta fronteira entre os seus direitos e os meus.

Esses braços tão rígidos e viris
que me silencia
sem ao menos precisar proferir
socos, manchas e cicatrizes.

Dialogo

com a sua opressão de cada dia,
das tarefas não compartilhadas
Dos direitos seus,
que não são meus.

Dialogo

com seu, profundo ser
Dialogo
com seu machismo de cada dia
com seu desejo em libertar,
embora no privado oprima.

Dialogo
com seu amor,
Que cala em mim toda rebeldia
Produzindo, em mim
Uma escrava humilde e serviu.

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