sexta-feira, 26 de outubro de 2012




O SILÊNCIO

As palavras, me golpeiam
Mas que no dito
Confio no fito e nas tantas palavras
Que o silêncio,
Instiga O presente que hoje perpetua
Amanhã pode ser, não mais que palavras
palavras sem cheiro e sem tato.
Primeira vista

Um cansaço
Do não ser
Do não dito
nas palavras, quase ditas
Permanece o silêncio do não pronunciável

Deste desejo de enunciação (se acumulam )
Desejos do dizer
As vezes náuseas noutras
melancolia,
Não deveriam jamais perpetuar 

O que era para eternizar
Torna-se perene e fugaz,
Bailam em meu corpo
Sem cadência ou ritmo
Destituída de toda  poesia.

Da métrica, apenas a lógica quase sensível
De uma matemática em decomposição
perspicaz como os poetas concretos



sábado, 17 de março de 2012

AQUALTUNE

Nem deus
Nem diabo
Apenas mulher:

Fiquei matutando,
quiçá tudo que tinha  a dizer:
Que desejava ecoar, por meus lábios!
estava impregnado,
naquelas mínimas e densas palavras

Era isso e nada mais
Nada mais, de soberanias
Reis ou tutores.

nessa vida 
vai desimbestando
Seguindo caminho
Rompendo estradas, esquecendo  açoites

Ainda que encontre espinhos
Serão suas as dores e desamores
Caríssimo:  junto a eles,
todos os amores

Que escolherá a dedo
Colherá a cada um deles!
Como uma mãe recebe um filho
Em seu ventre desejante

Aqualtune
Vem ecoando,
 Nunca mais escrava de homens.

domingo, 11 de março de 2012

Brisa

Paro, olho
Um arrepio
Acarreta-se, sobre minha alma
Sinto um vazio,
Conversas dispersas,
Olhares aleatórios
Problemas pré dispostos
Soluções indevidas

A vida pulsando
Sol e vento,
Uma brisa quente
Com ímpeto se esvai

A tristeza primeira
Persiste e se eterniza
São muitos vazios
Constantes olhares
Construções vazias
Disso tudo
O que me resta ?
O que se expõe?
Perguntas e nada mais...

sábado, 10 de março de 2012


Rascunhos

Breves são os amores
Longas as despedidas
Dessa tristeza que hoje padeço
Da tristeza em que me reconheço

Inúmeras foram as perdas
Os rascunhos, noite a dentro
Incontáveis foram as lágrimas,
Tentativas irresolutas

Cotidianas doses de  ilusão,
As dores, mescladas em comprimidos
doces amargos, que impregnam a alma
e me alimentam. . .




quarta-feira, 7 de março de 2012

Casi navidad

Si a veces me pregunto de la muerte
Quizás una vez y otra también
Descubro que ella ocurre muchas veces en la vida
 sea por el silencio y despues por las palabras
Palabras dichas, palabras oídas
Me siento un poquitito muerta
Un poquitito herida
Entento tranquilizar el dolor
Pero el diário me cuenta
mas un negrito muerto en la calle
Otro negrito no llegará a su juventud
Serán generaciones sin memoria
A veces me pregunto
Con quien voy a compartir mi viejez
 ya no hay respuesta
Solo un silencio perturbador
Fantasmas por las esquinas
Contigo solo la soledad y quizás la locura
Encierro las puertas y encierro las palabras
Me olvido del pasado,
Quiero incesantemente olvidarme
Pero una  pesadilla se acuesta a mi lado todas las noches
Es tu muerte, el mismo asesinato
Que vuelve a revisitarme
A preguntarme por vos
Noto tu sonrisa escandalosa
No, ya no sos vos hermano
Sino la locura
Golpeándome la puerta
golpeando las entradas
Tengo que dejarte partir
Si me voy
Qué sé yo,
Creo que ya no hay otros caminos








Morte e vida

Entendas a morte que hoje ritualiza
A dor que  dilacera meu peito,
é a mesma de outrora
Antes mesmo de cair,
muito antes da chegada
Nesta que seria já o principio
De minha renuncia,
minto jamais renunciei
Me outorgaram esse destino
Desculpa aí mano Braw
Se usurpa e deixa usurpar se
Por centavos, por miligramas
Pelo pó de cada dia
Te levam a alma
Te guspem na cara
De tantas vindas e idas
Se descobre que o inferno é logo ali
Te dizem sujo, te rogam  perigoso
Tudo o que queria era respeito
Pobre detento levaram consigo  os  sonhos
venderam ilusões
Eis que estou aqui
Não vou,
Não posso partir
Deleguei me anjo negro
Negro na alma
Negro na lama
Negro  baixo  sete palmas
Mais uma vez negro drama...